Se você ainda acredita que basta contar calorias para manter a saúde em dia, eu insisto mais uma vez em dizer que NÃO! Contar calorias não garante a saúde de ninguém! O principal a se fazer é observar a qualidade dos alimentos ingeridos e não deixar o estômago vazio por muito tempo.
Por isso é fundamental aprender a interpretar as informações nutricionais contidas em um rótulo, só assim podemos ter certeza que de estamos ingerindo um alimento de qualidade!

Vamos analisar o que cada item significa?

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Porção: é a quantidade que normalmente uma pessoa sadia, maior de 5 anos e em bom estado nutricional consome, por vez, para compor uma alimentação saudável. Preste bem atenção nesse item, pois as demais informações presentes no rótulo são baseadas nessa quantidade.
Ex: normalmente em um pacotinho de biscoito recheado a porção refere-se a 3 ou 2 unidade e ½ de biscoitos e não ao pacote inteiro, e é com base nessa quantidade que são definidas a quantidade de calorias, carboidratos, proteínas..
% Valores Diários (%VD): esse valor indica quanto (em percentual) a porção do alimento contribui para atingir todos os Valores Diários (VD) recomendados segundo a necessidade de cada nutriente. Todo nutriente possui uma quantidade mínima para ser ingerido diariamente visando a saúde geral do indivíduo, porém esse valor varia de pessoa para pessoa. Por esse motivo, a rotulagem nutricional se baseia em uma dieta de 2000kcal. Isso é muito importante! Eu mesma consumo por dia uma dieta inferior a 2000kcal, logo o %VD da rotulagem nutricional não está adequado às minhas necessidades, mas servem para que eu possa me basear. As necessidades diárias variam em torno de alguns parâmetros como a prática de atividade física ou estado de saúde do indivíduo, por exemplo. É por esse exato motivo que no final de toda tabela vem escrito: “%Valores Diários com base em uma dieta de 2000kcal ou 8400KJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores, dependendo de suas necessidades energéticas”.
Seguem abaixo os Valores Diários recomendados pelo qual a rotulagem se baseia para calcular o %VD:

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Outro detalhe super importante a ser analisado em um rótulo nutricional é a Lista de Ingredientes. Essa lista é organizada por ordem decrescente de quantidade, ou seja, daquele que aparece em maior quantidade, para aquele que aparece em menor quantidade na receita do produto.
Vamos ver alguns exemplos:

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Foto: Lista de Ingredientes de um chocolate.
Esse produto aqui é um chocolate. Podemos observar, por análise da Lista de Ingredientes, que o açúcar é o produto em maior concentração na receita. O segundo ingrediente mais usado na receita é a gordura vegetal hidrogenada (muitas vezes isso quer dizer gordura trans, ok?.. então corram dela!) e por sequência, os demais ingredientes listados também levam em conta o mesmo critério.
Uma polêmica em alta agora é a do Pão Integral. Infelizmente, o nosso pãozinho de cada dia não é lá tão integral assim.
Muitos dos nossos pães integrais apresentam, como primeiro produto da Lista de Ingredientes a farinha de trigo enriquecido com ferro e ácido fólico (= farinha refinada = trigo branco, comum) e só depois a farinha de trigo integral é relatada (como segundo ingrediente da lista). Isso quer dizer, de uma forma clara, que esse pão apresenta mais farinha refinada do que a sua versão integral. Normalmente o pão brasileiro apresente de 40 – 70% de farinha refinada, que é adicionado, principalmente, para melhorar a aparência do produto, uma vez que os pães totalmente integrais são mais duros. Veja o exemplo abaixo:

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Foto: Lista de Ingredientes presente em uma embalagem de pão “integral” vendido no Brasil.
Em países como EUA, a legislação exige que os produtos definidos como INTEGRAIS, precisam ser produzidos apenas por farinhas integrais. Na Holanda o critério é ainda mais rígido, exigindo que esses produtos precisam ser produzidos com 100% de grãos não processados.
Isso vai gerar um produto muito mais rico nutricionalmente, com mais vitaminas, minerais e fibras. Com isso, o produto aumentará a saciedade, auxiliará na função intestinal e ainda irá ajudar a controlar os níveis de glicose na corrente sanguínea. Em contrapartida, o produto com maior teor de farinha refinada (a branca) não saciará, irá gerar picos de glicose no sangue e ainda um efeito rebote de fome pouco tempo depois.
Espero que vocês tenham gostado e que tenha sido bastante esclarecedor esse post. Como Nutricionista, acredito que o primeiro passo para a reeducação alimentar é saber escolher bem os seus alimentos. Lógico que fugir dos industrializados é o mais indicado, mas quando isso não for possível, que a gente saiba optar pela melhor e mais saudável opção.
E aí, gostaram?